Caso Maristela: defesa de agente penitenciário vai recorrer de condenação por estupro e assassinato em RO


William de Azevedo Teodoro, de 42 anos, foi sentenciado a 23 anos de prisão após julgamento que começou na última quinta-feira (26). Jurados foram levados até a cena do crime.

A defesa de William de Azevedo Teodoro, de 42 anos, informou nesta sexta-feira (27) que vai recorrer da decisão que o condenou a 23 anos e seis meses de reclusão. Acusado de estuprar e assassinar Maristela Freitas Alves em setembro do ano passado, o agente penitenciário passou por um novo julgamento na quinta-feira (26).

Fadrício Santos, um dos advogados do réu, disse que há um parecer que indica que não houve crime, mas que está estudando meios para entrar com recurso em pelo menos 15 dias.

“Estamos estudando um meio de recorrer da decisão e avaliando a possibilidade de alegar a mesma afirmação que alegamos quando o primeiro julgamento foi anulado. Sobre uma possível segunda anulação, estamos avaliando também juridicamente, pois não tem como ir a júri novamente”, explicou.

Esta foi a segunda vez que o agente penitenciário seguiu ao plenário para ser julgado pelo crime. Em maio deste ano, William foi condenado a 26 anos de prisão, mas a defesa ingressou com recurso ao TJ-RO pedindo que o júri fosse anulado, o que foi acatado. A alegação era de que a decisão dos jurados anteriores foi contrária às provas nos autos.

William segue detido em uma unidade prisional de Porto Velho destinada à detentos que trabalham na segurança pública.

Ele foi condenado por homicídio (com as qualificadoras motivo torpe e asfixia) e estupro. “Mas não há prova de que houve estupro. Há um laudo em que aponta que não foi cometido esse crime”, complementou Fadrício.

Segundo a defesa, William foi absolvido das qualificadoras: recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

A promotora de acusação, Joice Gushy Azevedo, informou brevemente que “por esses fundamentos que a defesa está falando não há mais como recorrer”. Reforçou também que “o júri entendeu que há provas do crime”. Dos sete jurados – cinco homens e duas mulheres – quatro votaram pela condenação e três pela absolvição.

Saída ao local do crime

No início da segunda sessão do caso, os jurados foram retirados do plenário do Fórum e levados até o local onde William matou a vítima, no balneário Rio das Garças, zona rural de Porto Velho.

O júri foi levado ao local sob escolta policial. Segundo o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), o réu também esteve no balneário, assim como promotoria, defesa e o juiz da sessão.

Segundo a promotora de acusação do caso, Joice Gushy Azevedo, o objetivo de levar os jurados à cena do crime era fazer com que eles analisassem com maior rigor as circunstâncias do crime.

De acordo com o TJ-RO, o deslocamento ocorreu logo após o sorteio dos jurados. Duas paradas foram feitas: a primeira no bar onde a vítima e o réu se conheceram. Já a segunda no local onde Maristela foi encontrada nua e já sem vida.

Morte de Maristela

O corpo de Maristela Freitas foi encontrado em um córrego no balneário Rio das Garças ems setembro de 2018. Ela estava nua, com sinais de violência sexual. De acordo com a Polícia Militar (PM), foram achados, ainda, pedaços das roupas e manchas de sangue em um barranco.

O acusado do crime foi preso temporariamente no dia 20 de setembro, após imagens de câmeras de segurança de um bar mostrarem suspeito e vítima saindo juntos do local.

Fonte: G1/RO


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