Polícia Civil chegou a divulgar foto da mulher nesta quinta-feira (24). Menina de 2 anos foi morta pelo pai e a madrasta em setembro deste ano.
Foi presa no bairro Jardim Felicidade, em Ariquemes (RO), Suely dos Santos Monteiro, de 49 anos, na tarde desta quinta-feira (24). Ela é a avó paterna da menina Lauanny Hester Rodrigues, então de 2 anos, que foi espancada até a morte pelo pai e a madrasta em setembro deste ano. A mulher teve a prisão preventiva decretada e era considerada foragida da Justiça.
Segundo a corporação, Suely tinha a guarda de Lauanny e estava proibida de entregar a criança ao pai. De acordo com o delegado que conduz o caso, Rodrigo Camargo, o juiz Akex Balmant decretou a prisão preventiva da mulher. Ela chegou a ser procurada nos endereços que indicou após ser ouvida na delegacia sobre o caso, mas até então não havia aparecido.
Na tarde desta quinta, o delegado Rodrigo Camargo detalhou que Suely foi encontrada graças a uma denúncia anônima. Uma equipe da Polícia Militar (PM), então, seguiu até a residência onde a suspeita estaria. Mas, de início, foi impedida de entrar no local por pessoas que estavam na casa.
No momento em que a guarnição conversava com os proprietários, porém, um menino se aproximou dos policiais e contou ter visto uma senhora no telhado. Conforme Camargo, era Suely tentando fugir.
“Então os militares foram de imediato até o fundo dessa residência e encontraram a Suely quebrando telhas e fugindo dessa residência de onde ela estava. Diante disso, os militares conduziram a Suely por força do mandado de prisão e também os moradores dessa residência por terem dado força a Suely”, disse.
O delegado à frente das investigações relatou que essas pessoas foram presas junto com a avó de Lauanny. Não eram parentes, mas amigos. “O proprietário da residência foi filho ou foi criado pela Suely. Então digamos assim que em uma espécie de favor estariam ocultando ela”, complementou.
Já na delegacia, Suely foi ouvida junto ao advogado. Questionada pelo delegado se ela se entregaria à polícia, o advogado da suspeita a impediu de responder. Essa foi a prova para Rodrigo Camargo concluir que a mulher não tinha pretensão de se entregar.
A avó de Lauanny foi encaminhada ao presídio feminino de Ariquemes, onde permanece à disposição da Justiça. Os outros moradores presos com ela também seguiram a uma unidade prisional da cidade.
O advogado de Suely informou que ela é inocente e que na próxima sexta-feira (25) entrará com um pedido de habeas corpus, pois alega que a suspeita não teve participação no crime.
Guarda da menina
Suely tinha a guarda oficial da criança desde maio deste ano, quando Lauanny foi agredida pelo pai a ponto de ter o braço quebrado. Com o episódio, a menina ficou sob tutela do estado, mas depois foi designada à avó.
Como a Justiça e o Conselho Tutelar não sabiam que Lauanny estava morando novamente em Ariquemes, a mulher pode ser responsabilizada pelo crime e responder a um processo por abandono de incapaz. O pai e a madrasta, William Monteiro da Silva e Ingrid Bernardino Andrade, seguem presos.
Morte de Lauanny
Lauanny Hester Rodrigues, morreu depois de ser espancada pelo pai e a madrasta no fim da manhã do dia 21 de setembro, no bairro Marechal Rondon, em Ariquemes. A Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados por vizinhos que ouviram a criança sendo agredida. Porém, quando a equipe médica e a guarnição chegaram a menina não apresentava mais sinais vitais.
O pai da criança, William, e a madrasta, Ingrid, foram localizados pela PM em uma prainha. Segundo a corporação, eles estavam deitados embaixo de uma árvore junto com um bebê de 5 meses, que é filha do casal. Segundo Rodrigo Camargo, durante o interrogatório os suspeitos disseram que, de fato, tinham batido na menina por duas vezes.
“Às 2h40 da manhã eles acordaram, foram até a cozinha e viram que a criança tinha rasgado um saco de farinha de trigo. Diante disso, o pai acabou dizendo que para corrigir acabou agredindo a criança. Uma agressão absurda que, na minha visão e da polícia judiciária, configura tortura”, disse o delegado.