Chaules Volban Pozzebon foi detido em casa, em Ariquemes, durante uma operação da Polícia Federal. Defesa informou que irá “produzir provas no processo”.
A Justiça negou nesta quinta-feira (28) o habeas corpus solicitado pelos advogados de Chaules Volban Pozzebon, suspeito de ser um dos maiores desmatadores do Brasil. O empresário foi detido em casa dia 23 de outubro em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, durante a Operação Deforest, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público.
O objetivo da ação foi frear uma organização criminosa suspeita de invasão de terras para venda e posterior extração ilegal de madeira. Também foram presas outras 15 pessoas (entre elas empresários e policiais militares por suposto envolvimento).
Segundo as investigações, Chaules tem cerca de 120 madeireiras espalhadas pela região Norte em nome de laranjas. O promotor de Justiça Marcus Alexandre de Oliveira Rodrigues, disse na época da prisão que Chaules Volban, como líder, teria constituído uma espécie de milícia no campo armado.
A defesa de Chaules Volban Pozzebon informou vai “produzir provas no processo” e que o empresário “está sendo acusado injustamente”. Disse ainda que a transferência do suspeito ao presídio federal em Campo Grande (MS) prejudicaria o acesso da defesa ao cliente.
Operação Deforest
Os mandados de prisão foram expedidos para Ariquemes (RO), Cujubim (RO), Monte Negro (RO), Porto Velho (RO), Manicoré (AM) e Araçatuba (SP).
A ação da PF foi resultado de um inquérito iniciado em junho deste ano pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO), que descobriu a prática dos crimes de homicídio, extorsão, lavagem de dinheiro e ameaça.
O procedimento do MP apurou que a organização criminosa tinha uma estrutura armada para resguardar os interesses fundiários do líder do grupo se valendo do poder econômico e dos cargos ocupados nas forças de segurança para intimidar moradores da região.
Conforme as investigações, a organização criminosa é composta por empresários, policiais, pistoleiros e outras pessoas que intimidavam e ameaçavam agricultores da região de Cujubim. O objetivo era tomar a posse de terras na região conhecida como “Soldado da Borracha”.
De acordo com a PF, a Justiça Estadual expediu 16 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão. Cerca de 150 policiais se envolveram na operação.
O nome Deforest é uma referência à prática de desmatamento ilegal, que segundo a PF, era um dos principais objetivos dos criminosos após tomar a posse das propriedades rurais.
Fonte: G1/RO