Piloto que tentou resgatar avião roubado em Vilhena é assassinado junto com três colegas na Bolívia


Polícia Federal alerta sobre aliciamento de pilotos e roubos de aeronaves em Rondônia e Mato Grosso.

Há pouco mais de dez dias, o piloto de avião Diego César de Melo Galvão, de 45 anos, que era conhecido nos meios aeronáuticos de Vilhena, teve um fim trágico, e o destino dele pode servir de alerta para quem se deixa seduzir pelos aliciadores do tráfico internacional de drogas no Cone Sul de Rondônia e em cidades de Mato Grosso.
 
No dia 23 do mês passado, Diego foi assassinado junto com outros três colegas de profissão na cidade de Santa Ana Yacuma, na Bolívia. A localidade é conhecida pelas polícias do Brasil e da Bolívia como um local que atrai pilotos e aviões usados na rota do tráfico Brasil-Peru- Bolívia.
 
Homens fortemente armados com fuzis e pistolas, usando máscaras e uniformes paramilitares, mataram, a sangue frio, além de Diego, outro piloto brasileiro: Wexley de Moura, 42 anos. Também foram executados a bala o peruano Kevin Rios Zambrano e o boliviano Luís Alberto Antelo Parada. Outro boliviano, Fenando Castro Alvarez, foi baleado, mas sobreviveu.
 
O site apurou que tem sido intensa a atuação de grandes quadrilhas de traficantes, que roubam aviões e aliciam pilotos em Rondônia e Mato Grosso. “Parece ser um bom negócio, mas a verdade é que o risco ser assassinado é real para quem aceita trabalhar para o tráfico”, avisa um veterano policial.
 
Quando não morrem pelas mãos de quem os contrata, ou são executados nas violentas guerras entre os barões das drogas em países vizinhos, os pilotos acabam sendo capturados ou morrendo em acidentes. Recentemente, houve casos de aeronaves abatidas no “Polígono da Cocaína”: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela.
 
No caso de Diego, ele esteve em Vilhena dois anos atrás, contratado para vir pilotando da Bolívia um avião roubado na cidade, quando uma família inteira foi feita refém pela quadrilha.
 
A aeronave caiu próximo de uma fazenda no povoado de Remanso, do outro lado do rio Guaporé, mas foram tantos os estragos que não houve como resgatá-la.
 
A polícia ainda não sabe como Diego se envolveu com o tráfico, após o episódio do resgate frustrado, mas tem certeza de que foi isso que lhe custou a vida no país vizinho. “É bom avisar: piloto que entra nessa acaba morto ou preso”, disse o policial entrevistado.

Fonte: Folha do Sul


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