Os policiais militares de Rondônia – como na maioria dos estados – travam uma luta desigual: enquanto os bandidos usam camionetes de última geração, com tração nas quatro rodas, GPS, e mais um pacote de recursos que melhora a suspensão, os policiais militares podem voltar a utilizar viaturas ultrapassadas, não recomendas para o patrulhamento e sair para rondas espremidos, em pálios weekend e Gol. Esse retrocesso deve acontecer devido a um parecer técnico do Tribunal de Contas de Rondônia (TCE), que acatou denúncia feita pela empresa TRM, que pleiteia o contrato de locação de veículos junto ao governo de Rondônia para atender a PM.
A denúncia foi feita nesta quarta-feira (25) pelo presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar de Rondônia (Aspra-PMRO), Sílvio Ramalho. De acordo com ele, estes modelos de carros representam mais de 50% da frota da PM. Ele faz um alerta: mesmo existindo empresa com renome nacional, que atende vários estados, entre eles o Maranhão, o governo de Rondônia pode ser “obrigado” por conta da decisão do TCE, a prorrogar o contrato com a empresa que atualmente detém o serviço de locação de viaturas e toda tropa voltar utilizar carros ultrapassados para o trabalho ostensivo, feito nas ruas – a maioria sem infraestrutura – das cidades do Estado.
De acordo com Ramalho, o novo contrato sugerido para atender à PM de Rondônia tem muitas vantagens: além do menor preço, a qualidade dos veículos é incomparável, afirma Ramalho. “São caminhonetes modernas, com sistema de navegação em GPS de fábrica, com freios ABS, suspensão reforçada e espaço para presos”, diz o presidente da Aspra-PMRO.
TENDÊNCIA
Segundo o presidente da Aspra-PMRO, Brasil vive hoje um desmonte na Segurança Pública, apesar de toda crise Rondônia ainda é uma lugar onde inclusive a PM e Polícia Civil têm uma postura correta, os policiais investiram muito na formação superior, mas a Aspra-PMRO no decorrer dos últimos anos vem denunciando a falta de estrutura, falta de viatura, o desmonte nos quartéis, a falta de combustível e até a falta de condições mínimas de se trabalhar nos grupamentos, principalmente em Buritis, cidade do interior de Rondônia que lidera – proporcionalmente – os índices de violência no Brasil.
Os dados são confirmados pelo do presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar de Rondônia (Aspra-PMRO), Sílvio Ramalho. De acordo com ele, com respeito sobre viatura, existe um contrato do Estado que é feito com a parte logística para tratar de viaturas e abastecimento. Nós observamos que as viaturas nos quartéis, de certa forma, não estão atendendo às necessidades.
Entendemos que essa nova aquisição de viaturas atende a realidade vivida nas ruas. O responsável pelo parecer desfavorável do TCE deve estar vivendo em outro Estado que não é o nosso. Estivemos in loco observando as novas viaturas e são adequadas para o nosso trabalho e com preços até mais baixo do que o contrato atual.
Não são viaturas adequadas para fazer o serviço de rádio patrulha. Chegaram uns pálios weekend, são carros apertados, um carro ultrapassado inclusive, para nossa atividade, que exige um carro melhor preparado com estrutura diferenciada do que um carro que é usado por todo mundo no cotidiano, afirma Ramalho.
Para fazer uma licitação é preciso que atenda nossas expectativas. Sabemos Porto Velho – como a maioria das cidades de Rondônia – é uma cidade cheia de buracos, aí o carro vive quebrando, dando problemas, gerando manutenção. Quem perde com isso é o Estado. Nesse caso o Estado faz sua parte enquanto o TCE procura atrapalhar o processo licitatório com argumentos informos que não representam nossa realidade.
O caso é tratado como um retrocesso, porque a nova frota pretendida pelo Estado , atende as necessidades da Polícia e com uma qualidade melhor e uma quantidade melhor de viaturas. Viaturas essas que substituirão os Pálios e os gols por camionetes S10, Onix e Corolas. diz o presidente da Aspra-PMRO.
Via 30 Minutos/ ZACARIAS PENA VERDE