O conflito na Ucrânia, responsável por disparar a cotação do petróleo em nível mundial, o que acabou elevando o preço dos combustíveis no Brasil, chegou também às passagens aéreas.
Gol, Latam e Azul preparam aumento no valor das passagens aéreas ainda neste mês de março. A medida pega as companhias aéreas em um momento delicado, interrompendo o movimento de recuperação do turismo doméstico iniciado no último trimestre do ano passado.
As aéreas foram um dos setores mais impactados pela Covid-19, por causa das restrições sanitárias que impediram ou limitaram os deslocamentos, além da ampliação do home office, que fez desabar a demanda do mercado corporativo — viagens a negócio representavam um terço da receita das aéreas.
Em nota, a Latam admitiu que os preços de combustíveis têm impacto relevante no custo de operação e o atual cenário demanda que a passagem fique mais cara.
“É inegável o impacto nos custos das companhias aéreas, em função da alta do preço do querosene da aviação (QAV) que, infelizmente, diante da imposição desse novo cenário de crise sem precedência e previsibilidade, afetará o aumento no preço das passagens”, diz nota da Latam.
A Gol não pode responder aos questionamentos da reportagem porque está em “período de silêncio”. Trata-se de uma exigência legal para empresas de capital aberto nos dias anteriores à divulgação de seus resultados trimestrais. A companhia publicará o balanço na próxima segunda-feira.
Mas a Folha apurou que a companhia pretende mexer no preço das tarifas ainda este mês, uma vez que considera “insustentável” operar nos atuais patamares da cotação do petróleo. E acredita que isso deve impactar a demanda.
a Azul confirmou que a alta do petróleo deve afetar as tarifas aéreas ainda este mês. Por meio da sua assessoria de imprensa, a empresa argumentou que o impacto do conflito sobre o preço do petróleo também afetou fortemente o QAV (querosene de aviação).
Segundo a Azul, a situação atual é bem pior do que há 14 anos, quando o valor do barril do petróleo já tenha ultrapassado este patamar. “Naquela época o valor do dólar estava muito abaixo dos atuais R$ 5 era cotado abaixo de R$ 2. Essa matemática é bastante impactante para o setor aéreo, em especial para as empresas brasileiras, que têm diversos custos em dólar e um dos combustíveis mais caros do mundo”, afirmou, em nota.
Fonte: G1, Folha de São Paulo