A Polícia Militar (PM) identificou as três vítimas da chacina do suposto acerto de contas entre facções rivais ocorrido no final da tarde desta terça-feira, 26, na zona rural de Vilhena.
De acordo com informações, as vítimas estavam no balneário do Zé Cordeiro, e, quando estavam indo embora, foram atacadas por homens em motos que começaram a atirar. Quatro pessoas foram alvejadas. Três deles morreram. Um está internado.
Após trabalhos realizados pela Polícia Técnico-Científica (POLITEC), as vítimas foram identificadas como Matheus Vinicius Machado, 22 anos, e Dayene Pereira da Silva, de 17 anos, os quais morreram aonda no local dos fatos.
Já Kamyla Cruz, de 19 anos, foi encaminhada com vida até a Unidade de Pronto Atendimento, onde veio a óbito. Ela que era esposa de Matheus e tem um bebê de um ano, fruto do relacionamento do casal.
A quarta vítima, identificada como Rogério Soares da Silva Junior, foi atingido na mão, mas conseguiu se esconder na mata e presenciou todo o ataque. Ele era namorado de Dayene e, nas redes sociais, aparece em fotos segurando armas de fogo. Ele já possui várias passagens criminais.
Emboscada resultou em chacina
De acordo com o relato policial, obtido pelo Folha do Sul Online, ao comparecer ao local do crime, a guarnição da PM de plantão encontrou, já sem vida, Dayene Pereira. A garota tinha várias marcas de bala calibre .40 pelo corpo e estava caída próxima da motocicleta Honda modelo CG 125 FAN sem placa de identificação, que era pilotada pelo sobrevivente da chacina.
Mais adiante, os militares encontraram, agonizando e em estado gravíssimo por causa das perfurações de bala, Kamyla Silva. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a UPA, mas morreu após dar entrada na unidade de saúde.
Mais a frente, na mesma estrada vicinal, foi encontrado o corpo do namorado de Kamyla, Matheus Vinícius, também com marcas de bala pelo corpo, com sinais de que havia sido executado a queima-roupa. A hipótese é de que ele tentou fugir, acabou caindo com a moto, sendo alcançado pelos assassinos, quando foi executado.
Enquanto os policiais cuidavam de isolar a cena do crime e um perito da POLITEC lidava com os corpos, saiu de dentro de um matagal às margens da linha e gritando por socorro, Rogério, o único sobrevivente do ataque.
Como havia levado um tiro apenas na mão e estava completamente lúcido, apesar de assustado, Rogério contou o que aconteceu: disse que, ao saírem do balneário “Novo Paraíso” em suas motocicletas, ele e as outras três vítimas foram atacados por de quatro rapazes que estavam escondidos na vegetação. Os quatro estavam armados e fizeram os disparos sem conversar com ninguém.
Como tudo teria começado
No dia anterior à chacina, uma ocorrência policial de tentativa de homicídio no bairro Embratel, em Vilhena, envolveu o sobrevivente do massacre, conhecido como “Rogerinho”, que era casado com Dayene.
De acordo com informações, Dayene vivia com integrantes do PCC, mas teria mudado de lado e passado a integrar a facção rival, o Comando Vermelho. Ela era conhecida no mundo do crime como “Menorzinha”.
No dia 14 deste mês, um rapaz de apelido “Roxinho” deixou a Colônia Penal de Vilhena jurado de morte pelos integrantes do Comando Vermelho. Ele estava em casa, na rua Minas Gerais, no Embratel, quando Rogerinho entrou de arma em punho.
Após a arma aparentemente falhar, pessoas que estavam na residência começaram a gritar e Roxinho pulou o muro, escapando da morte e se abrigando na casa de um vizinho.
Após a tentativa frustrada de execução, Rogerinho subiu na motocicleta do comparsa que o aguardava e, antes de fugir, fez um disparo em direção à casa da qual havia acabado de sair. A marca do tiro ficou no muro. Testemunhas o identificaram e também reconheceram o piloto da moto, cujo nome seria “Severo”.
Já o próprio Roxinho, ao ser interrogado naquela ocasião, disse que não tinha “treta” com ninguém e que não era “faccionado”. O jovem ex-apenado também negou ter reconhecido Rogerinho, que só não o matou por causa da suposta falha da arma.
As testemunhas, no entanto, o desmentiram. “A gente sabe que é briga de facção. A negativa certamente é porque eles estavam se jurando de morte mutuamente”, explicou ao site uma fonte policial.
Naquela mesma noite, Rogerinho e Dayene foram abordados pela polícia, mas como nenhum deles estava armado e a própria vítima havia negado reconhecê-los, ambos foram liberados.
A eventual prisão de Roxinho, que teria motivos para estar envolvido na tripla execução, poderá ajudar a polícia a desvendar o crime.
Fonte: Folha do Sul, Rota Policial News