O Jornal de Rondônia 2ª Edição (JRO2) começou nesta segunda-feira (30) a exibir uma série de reportagens sobre conflitos no campo. Os episódios focam nas consequências da disputa por terras no estado.
Para conhecer essa realidade de perto a equipe de reportagem da Rede Amazônica em Rondôniaentrou pela primeira vez em uma área de conflito entre os municípios de Campo Novo de Rondônia e Governador Jorge Teixeira, no Vale do Jamari (assista neste link: https://globoplay.globo.com/v/10622736/ ).
Veículos perfurados com vários disparos de armas de fogo evidenciam a violenta disputa por terra envolvendo torturas e pessoas assassinadas.
Ainda em meio a pandemia de Covid-19 as forças de segurança do estado fizeram operações de reintegração de posse determinadas pela Justiça.
Relatos de testemunhas que participaram dessas operações dizem que em Campo Novo, por exemplo, houve invasões por parte de “guachebas” [capatazes] que teriam metralhado carros e espancado pessoas na calada da noite.
Conflitos no estado
Em 2021, Rondônia foi o estado com maior número de pessoas assassinadas em consequência de conflitos no campo, segundo o relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado em abril. Em todo o Brasil foram registrados 35 assassinatos por conflitos no campo, 11 deles em disputas por terra em Rondônia.
Segundo Raphael Bevilaqua, procurador da República, o relatório da CPT é usado como parâmetro pelo Ministério Público Federal (MPF) durante as apurações. Para o órgão, a luta violenta por terras só deve diminuir com políticas públicas efetivas.
“E esse número de mortes tem aumentado nos últimos anos por conta do agravamento da questão da luta pela terra no estado de Rondônia”, apontou o procurador.
Ainda de acordo com o relatório da Comissão Pastoral da Terra, a maioria dos conflitos no campo em Rondônia estão concentrados no entorno da capital. A região do distrito de Nova Mutum é uma das mais violentas.
Segundo a CPT, em agosto de 2021 durante uma operação policial três pessoas foram mortas e outras cinco ficaram desaparecidas, todas as vítimas eram ligadas a movimentos sociais que lutam por terras.
No segundo episódio a série vai mostrar a rotina de quem convive com o medo, mas não abre mão de lutar pela terra.
Fonte: G1RO