Decisão considera que o estado bateu recordes de queimadas em 2024. Brigadistas apontaram ao g1 que o baixo efetivo e a falta de apoio aéreo eram os principais desafios no combate às chamas.
A Justiça Federal atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou, na terça-feira (17), que a União libere recursos para contratação de brigadistas orientados a atuar no estado de Rondônia, além de enviar a Força Nacional e um helicóptero para dar apoio no combate aos incêndios florestais no estado.
A decisão considera que o estado bateu recordes de queimadas em 2024: em 15 dias de setembro, por exemplo, a quantidade de focos é maior do que os registrados nos seis primeiros meses do ano juntos. Agosto foi o pior mês até o momento, com 4.522 focos. Os dados são do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A Ação Civil Pública movida pelo MPF aponta que a maioria dos focos de incêndio ocorridos em agosto deste ano se concentram em unidades de conservação, como o Parque Estadual Guajará-Mirim, que está em chamas há mais de 60 dias.
De acordo com o Painel do Fogo, a área queimada no Parque é de 107 mil hectares, o que corresponde a quase metade de toda a vegetação da unidade de conservação.
Os incêndios no Parque Guajará cresceram de forma tão significativa que se tornaram o maior registro ativo em Rondônia e contribuíram para colocar o estado nos piores índices de queimadas dos últimos 14 anos.
Cenário➡️: Enquanto os focos de queimadas aumentam, a seca e a estiagem continuam em Rondônia. Pela primeira vez, desde o início do monitoramento em 1967, o Rio Madeira ficou abaixo de 1 metro. No último sábado (14), o nível do rio em Porto Velho chegou a 41 centímetros, um novo recorde histórico.
Os brigadistas apontaram ao g1 que o baixo efetivo e a falta de apoio aéreo eram os principais desafios no combate às chamas. Além disso, armadilhas, pegadas e garrafas de combustíveis encontradas próximas aos focos apontam: os incêndios são criminosos.