Avião que caiu em Espigão D’Oeste, RO, tinha modificações estruturais não certificadas e voava com etanol


Acidente aconteceu em 2022 durante uma pulverização aérea de veneno em pastagem de área agrícola do município. Nipple de entrada de combustível estava obstruído.

A investigação sobre as causas da queda de um avião agrícola em Espigão D’Oeste (RO) foi concluída e indicou que o tubo que levava combustível até o motor da aeronave estava entupido. O acidente ocorreu em abril de 2022 e matou o piloto da aeronave.

De acordo com o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o avião voava a base de etanol, quando deveria usar combustível de aviação. Isso pode ter provocado o acúmulo de fragmentos no nipple de entrada de combustível.

De acordo com o Cenipa, existem dois métodos aprovados para se realizar a conversão de gasolina de aviação para etanol. No entanto, não foi possível encontrar documentos que apontassem se e quando essa modificação foi feita no avião regularmente.

Além da obstrução do tubo, haviam modificações não certificadas nas asas do avião. Foram instalados “winglets”, que são componentes aerodinâmicos que ajudam a aeronave a subir mais rápido e usar menos combustível.

Winglet instalado na ponta da asa — Foto: Cenipa
Winglet instalado na ponta da asa — Foto: Cenipa

O piloto decolou com o objetivo de despejar veneno em uma área de pastagem, processo chamado de pulverização, às 14h45 do dia 6 de abril de 2022.

Segundo os outros trabalhadores que observavam por terra, em um certo momento o avião desapareceu. Depois de um tempo sem retornar, os trabalhadores usaram um drone para localizar o avião e constataram a queda em uma região de floresta.

De acordo com o relatório do Cenipa, por conta das mudanças estruturais e do uso de etanol, o avião não estava aeronavegável no dia do acidente.

A hipótese final é que o motor parou de funcionar, a aeronave bateu nas árvores e pegou fogo quando colidiu contra o chão. O piloto foi encontrado fora da aeronave já sem vida.
O relatório aponta que o piloto e a aeronave estavam com certificações válidas para operarem, mas a manutenção e as modificações do avião não possuíam certificação.

Fonte: G1/RO


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *