O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22), em Brasília, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão é preventiva, de caráter cautelar, e não está relacionada diretamente à condenação por tentativa de golpe de Estado, mas sim ao risco de fuga e ao descumprimento de medidas impostas anteriormente.
Segundo a decisão, o Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou ao STF a violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro às 0h08 deste sábado. O episódio ocorreu poucas horas após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília de apoiadores em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.
Para Moraes, a mobilização promovida por Flávio indicava uma possível tentativa de usar apoiadores para “obstruir a fiscalização das medidas cautelares” e facilitar uma fuga. O ministro relembrou que Bolsonaro já havia planejado, durante as investigações, buscar asilo político na Embaixada da Argentina, o que reforçou o risco concreto.
Na decisão, Moraes destacou ainda que o condomínio onde Bolsonaro estava localizado fica a apenas 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul — caminho que pode ser feito “em menos de 15 minutos”.
O ministro também mencionou parlamentares próximos ao ex-presidente, como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, afirmando que os três deixaram o país recentemente para tentar escapar de medidas judiciais, o que aumentaria a probabilidade de fuga.
Prisão e condução à PF
Bolsonaro foi detido por volta das 6h e, segundo relatos, reagiu com tranquilidade. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava presente no momento da prisão.
O comboio da Polícia Federal chegou à sede da PF em Brasília por volta das 6h35. Depois dos trâmites iniciais, o ex-presidente foi transferido para a Superintendência da PF, onde permanecerá em uma Sala de Estado — espaço reservado para autoridades, semelhante ao utilizado pelo presidente Lula entre 2018 e 2019, em Curitiba.
Agentes do Instituto Médico-Legal (IML) foram até o local para realizar o exame de corpo de delito, evitando deslocamento e exposição do ex-presidente.
Em nota, a Polícia Federal confirmou que cumpriu mandado de prisão preventiva expedido pelo STF.
Contexto
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, devido ao descumprimento de medidas cautelares. À época, Moraes afirmou que o ex-presidente utilizou redes sociais de aliados — inclusive seus filhos parlamentares — para divulgar mensagens que incentivavam ataques ao STF e defendiam interferência estrangeira no Judiciário brasileiro.
A prisão preventiva não tem prazo definido e deve ser revisada periodicamente pela Justiça.
Fonte: inforondonia
190 Online Reportagens Policiais do Estado de Rondônia
















