Bebê morre de sarampo em Rondônia, diz agência estadual de saúde


Menina, que segundo a família tinha 5 meses, estava internada em hospital de Cacoal; irmã gêmea, que também teve a doença, sobreviveu. Primeira etapa da campanha de vacinação vai até 13 de março em todo país.

A Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) confirmou nesta terça-feira (3) um caso de morte por sarampo em Rondônia. A paciente era uma bebê que, segundo a família, tinha 5 meses. Ela estava internada em uma unidade de saúde de Cacoal (RO), região da Zona da Mata.

Em entrevista ao G1 por telefone, o pai da menina contou que a bebê e a irmã gêmea tiveram a doença.

“Mudados em janeiro aqui para Vilhena [no Cone Sul]. Foi quando tudo começou. A [bebê] que sobreviveu estava com pneumonia e sarampo, e a que morreu tinha só pneumonia. As duas ficaram internadas no Hospital Regional de Vilhena por 15 dias e se recuperaram”, explicou ele, que tem 21 anos e trabalha como auxiliar de eletricista.

“Mas, quando elas voltaram para casa, depois de três dias, minha bebê que se foi mostrou sintomas de sarampo. Nela, foi mais forte.”

A família, então, levou a criança novamente ao hospital de Vilhena. Mas, por falta de vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o caso foi encaminhado a um hospital de Cacoal. A criança, no entanto, não resistiu e morreu nesta segunda-feira (2).

O corpo da bebê foi velado e sepultado na manhã desta terça em Vilhena. Além das duas meninas, o homem contou que tem um filho de 3 anos.

“Viemos todos [esposa e filhos] do Pará. Acabou que me afastei do serviço durante um mês para cuidar das meninas. Agora, não tem muito o que fazer. É cuidar dos dois que estão aqui”, lamentou.

A Agevisa não informou quantos casos já de sarampo foram confirmados em Rondônia e se há mais mortes no estado.

Vacinação

O Ministério da Saúde iniciou no dia 10 de fevereiro a primeira etapa da campanha de vacinação contra sarampo de 2020, em parceria com as secretarias estaduais e municípios. O objetivo nacional é alcançar crianças e jovens de 5 a 19 anos que ainda não foram imunizados contra a doença, até o dia 13 de março.

Na capital Porto Velho, a procura pela vacina tem sido baixa, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) da cidade. Há 600 servidores mobilizados.

De acordo com a gerência de imunização, quatro mil doses são distribuídas mensalmente entre as 52 unidades de saúde das áreas urbana e rural do município. Durante o primeiro semestre, a Semusa adotou mudanças no chamado Dia D, em que ocorre uma mobilização nacional para vacinar.

Quem deve se vacinar
  • Ao completar 12 meses, bebês devem tomar uma dose da tríplice viral. Aos 15 meses, devem tomar uma dose da tetravalente.
  • Pessoas de 12 meses a 29 anos de idade devem ter duas doses da tríplice viral comprovadas. Se não está marcada na carteirinha ou não se lembra, deve procurar uma UBS e regularizar a situação;
  • Adultos de 30 a 59 anos devem ter pelo menos 1 dose da tríplice viral;
  • Adultos com mais de 60 anos não precisam se vacinar, por já terem tido contato com a doença no passado;
  • A vacina não é indicada para mulheres grávidas e pessoas com problemas na imunidade.

O que causa o sarampo?

  • A transmissão do vírus ocorre entre pessoas e acontece pelo ar.
  • Pode ser via tosse, espirro, fala ou respiração.
  • Uma pessoa infectada pode passar para 90% das pessoas próximas não imunizadas
  • A transmissão pode acontecer 4 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas.

Vacinas que imunizam do sarampo

  • Dupla viral – Protege do vírus do sarampo e da rubéola.
  • Tríplice viral – Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola;
  • Tetra viral – Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).

Há tratamento contra o sarampo?

Não existe tratamento específico para o sarampo. Para os casos sem complicação, é importante manter uma boa hidratação, suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Quando o quadro se agrava e surgem, por exemplo, diarreia, pneumonia e otite média, essas situações devem ser tratadas, normalmente, com o uso de antibioticoterapia.

No caso de crianças acometidas pela enfermidade, a OMS recomenda a administração de vitamina A, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais.

G1RO

 


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