Número de focos de queimadas cresce quase 40% em Rondônia, aponta Inpe


Entre janeiro e maio deste ano, órgão registrou 211 focos de fogo ativos no estado, contra 155 no mesmo período de 2019.

O número de focos de queimadas registrados entre 1º de janeiro a 28 de maio deste ano em Rondônia cresceram 36%, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Conforme dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), são 211 focos ativos notificados até a última quinta-feira no estado, contra 115 em 2019.
Veja a evolução dos focos de calor em Rondônia
Entre janeiro e maio de 2019 e 2020
20192020JaneiroFevereiroMarçoAbrilMaio2030405060Março
● 2019: 28

Fonte: Inpe
Este ano, Vilhena segue na primeira posição entre os municípios que mais registram focos em Rondônia: são 24 pontos ativos. A cidade representa pouco mais de 11% do valor total de focos captados pelo satélite do Inpe. As outras cidades são:
 

Porto Velho – 23 focos (10,9%)
Pimenteiras do Oeste – 21 focos (10%)
Alto Paraíso – 15 focos (7,1%)
Guajará-Mirim – 15 focos (7,1%)
Pimenta Bueno – 13 focos (6,2%)
São Miguel do Guaporé – 10 focos (4,7%)
 

Atualmente, Rondônia ocupa a 15ª posição entre os estados do Brasil que apresentam focos. O campeão da lista é Mato Grosso, que registrou mais de 4,5 mil pontos de queimadas até o momento. Na sequência, vem Mato Grosso do Sul (2.155 focos) e Roraima (1.651 focos).
O Inpe realiza medições desde 1986, após ter realizado um experimento de campo em conjunto com pesquisadores da Nasa. O sistema, porém, foi aperfeiçoado em 1998 após a criação de um programa no Ibama para controlar as queimadas no país. Os dados da série histórica estão disponíveis desde junho de 1998.
Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados satélites de órbita possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada.
 

Combate
 
No dia 7 de maio, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para combater focos de incêndio e desmatamento ilegal na chamada Amazônia Legal, que engloba além de Rondônia, Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
A Operação Verde Brasil 2 ocorre de 10 de maio a 11 de junho com possibilidade de prorrogação. O objetivo é manter uma média de queimadas com redução.
A determinação se aplica à faixa de fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e outras áreas federais nos estados, mas a atuação das tropas também poderá se estender a áreas estaduais se houver pedido dos governos.
 

Desmatamento em ascensão
 
Dados do Mapbiomas e analisados pelo G1 apontam que Rondônia perdeu o equivalente a 70 mil km² de floresta entre 1990 e 2017. Há 30 anos, a formação florestal no estado era de pouco mais de 20 milhões de hectares. Já a de abertura de pastagem era de quase 2,7 milhões de hectares na época.
 
Mas a formação florestal declinou para cerca de 14 milhões de hectares em 2017, enquanto o quantitativo de pasto subiu para quase nove milhões, um crescimento de mais de 200% em 27 anos.
Dados do Inpe apontaram, em janeiro, que o número de focos de queimadas na Amazônia foi 30% maior em 2019 que em 2018. Ao todo, o bioma da Amazônia registrou 89.176 focos de queimadas em 2019, comparados a 68.345 no ano anterior.

 

Fonte: G1/RO


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